A Associação Nacional de Árbitros de Futebol (ANAF) anunciou hoje que tomará medidas legais contra o atual presidente da Comissão de Arbitragem da Federação Baiana, Jailson Freitas. A ação refere-se à alegada interferência externa durante o confronto entre Bahia e Grêmio, válido pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro.
Em comunicado oficial divulgado nesta segunda-feira, a ANAF declarou sua intenção de protocolar um pedido de sanção contra Jailson Macedo Freitas. Este, por sua vez, foi acusado por Renato Portaluppi de influenciar na expulsão do atacante Diego Costa durante o jogo na Arena Fonte Nova, no último sábado.
Segundo a nota da ANAF, o presidente da associação enfatizou que se trata de “um fato extremamente grave que mais uma vez questiona a integridade da arbitragem brasileira”.
O incidente ocorreu nos minutos finais da partida na Arena Fonte Nova. O árbitro Bráulio da Silva Machado recebeu informação de que Diego Costa teria proferido insultos ao quarto árbitro. Consequentemente, o jogador foi expulso enquanto estava no banco de reservas. Renato, então, ordenou que todos os suplentes deixassem o campo, antecipando o término da partida.
Renato afirmou: “Eu tirei o time para não ser expulso e ninguém mais fosse expulso. O senhor Jailson Macedo Freitas é o diretor de arbitragem da Federação Baiana. Ele estava onde não poderia estar, do lado do quarto árbitro. O quarto árbitro não viu nada, foi ele (Jailson) que diz que viu o Diego falar alguma coisa. Ele estava num local onde nem poderia estar, e o Diego não falou absolutamente nada. Aí você quer que eu deixe meus jogadores para serem expulsos, ou eu mesmo ser expulso? Aí não dá”.
A ANAF, estabelecida em 1997, representa uma parte dos árbitros no cenário de elite do futebol nacional. Em 2023, surgiu também a Associação de Árbitros de Futebol do Brasil (ABRAFUT), liderada por figuras como Marcelo Van Gasse, Anderson Daronco, Wilton Pereira Sampaio e Raphael Claus. Até o momento, a ABRAFUT não se manifestou sobre o incidente.
Jailson Macedo Freitas está escalado para atuar como “assessor” no jogo entre Grêmio e Operário, marcado para a próxima terça-feira, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, conforme publicado no site da CBF.
Confira a nota da Anaf na íntegra
ANAF entra com ação no STJD para que Jailson Freitas seja banido do futebol por interferência externa e tentativa de manipulação de resultados. O que ocorreu no último sábado, dia 27, na Arena Fonte Nova, em Salvador, foi um fato EXTREMAMENTE GRAVE que coloca mais uma vez a arbitragem brasileira em xeque.
Após a ação, flagrada pelas câmeras, o atleta foi expulso gerando uma revolta no técnico Renato Gaúcho que pediu que toda a sua comissão técnica e os atletas reservas do clube deixassem o banco e se deslocassem para o vestiário.
A interferência externa de Jailson Freitas nos estimula acreditar que o presidente da SAF do Botafogo, John Textor, pode ter razão nas afirmações que fez sobre manipulação de resultado no campeonato brasileiro, algo que enterra de uma vez por todas a falida gestão de Ednaldo Rodrigues, e do despreparado, Wilson Seneme, na CBF, sob eminência de um pedido público de desculpas ao americano caso as denúncias sejam confirmadas.
Por isso, a ANAF entrará hoje com uma ação no Superior Tribunal de Justiça Desportiva – STJD, pedindo o banimento imediato de Jailson Freitas, do futebol, tendo em vista não só o fato gravíssimo em tela, como também para salvaguardar a arbitragem brasileira que precisa voltar a dar e ter bons exemplos.
O que o Grêmio fará?
O Grêmio também se pronunciou sobre o incidente, anunciando que tomará medidas legais em relação ao ocorrido. O clube informou que acompanha de perto os desdobramentos do jogo de sábado, que indicaram uma interferência externa na equipe de arbitragem durante a partida contra o Bahia, resultando na expulsão do jogador Diego Costa.
Além disso, o Grêmio declarou que, em conformidade com o artigo 74 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, entrará com uma “notícia de infração disciplinar desportiva” (NIDD) no STJD. Essa ação visa permitir que os fatos sejam devidamente investigados pela procuradoria do órgão e que, após a apuração, as medidas apropriadas sejam tomadas.